sexta-feira, 25 de maio de 2007

Palavras de um adeus

Por quê? Por quê?
Por que te vais?
Desculpa-me, não desejo pressionar-te
Mas ver-te partir dói demais
Quantas confissões fiz a ti?
E quanto mais sobre mim escreveste?
Seguraste minha mão nas horas difíceis
E nas fáceis assim permaneceste
E agora tens que ir...
Descrevemos o sol na noite
E contemplamos a lua de dia
Até a chuva prometeste que para nós tomarias
Desentendimentos, sim!
Até riscaste meu rosto
Mas deixei-te cair várias vezes
Apaga de ti este desgosto
Aqueceste-me com tuas palavras
Mas confesso, nem agora vou mentir
Procurarei em outras a tua companhia
E coisas novas do dia-a-dia
Mas jamais me esquecerei de ti
Estarás em cada passo que eu der
Em cada brisa que vier
Serás sempre única
Pois foste a única a descrever meu silêncio
Mas não entendo por que vais...
Perdoe-me, cá estou de novo
Não quero pressionar-te ainda mais
Basta a tal da gravidade
Pressionando-te contra esta superfície
Forçando-te a dizer mais uma dolorosa verdade
O tempo passa para todos e tudo
Passou para ti e para mim
Mas ainda vale o que chorei e o que sorri
Vai agora, descansa
A tinta que acabaste comigo faz deste adeus algo tão doloroso
Mas vai, sem mágoas
Pois cada palavra que disseste
Sobre o hoje, o agora
E uma tal de vida inteira
Faz valer ainda mais o silêncio que de ti se aproxima
Adeus, minha amiga, agora vazia, caneta tinteira

5 comentários:

Anônimo disse...

A dor das despediadas são as mais dolorosas...principalmente quando elas vêem do nada, parece q não existe nada em sua volta, vc faz coisas sem pensar,não se arrependas pois se fez é pq algum dia tivestes vontade, mas não tevestes coragem...coragem q tens agora pq estás sozinho...sozinho só de corpo pq se fechar os olhos verá que terá sempre alguém do seu lado nessa tal vida q vc fala...lhe a poiando em tudo, lhe dando carinho, um abraço, um beijo e um ombro pra vc chorar.
A tinta não acabou e nunca acabará.
Sempre que precisar desta caneta ela funcionará.
Nunca diga q ela esta vazia, pq vazia ela nunca vai ficar.


"E uma tal de vida inteira
Faz valer ainda mais o silêncio que de ti se aproxima
Adeus, minha amiga, agora vazia, caneta tinteira"


Amei Rapha pra mim ela ta em segundo lugar....bjos

Adoro vc.

Anônimo disse...

Cara Rapha, show este teu poema!
Ao lêr me debrucei saudosamente de quem poderia ser, tal pessoa q viera a descrever. E no final das contas, nada mais justo ser dela, todas as honras!
Bjos no core amiga ;-)

Anônimo disse...

mermão! final fabuloso! estou estupefato com tamanha grandiosidade de tua criatividade! sem sacangem, muito bom mesmo!

Ecologia em pauta disse...

Parabéns Raphael, essa poesia, como outras tuas, é admirável!!! Sempre digo que o que faz uma poesia ser boa é quando o autor consegue escrever sobre momentos e acontecimentos normais da vida , com talento, emoção e criatividade. E é isso você faz!!!!

Unknown disse...

Simplesmente lindo...
Ao ler essa sua poesia, caí em prantos, ao me deparar vivendo com uma situação um tanto quando semelhante ao que descreveste nela...
Sei que a distância pode atrapalhar muito, eu estou passando por isso, é a saudade, são crises... mas não pode jamais fazer com que a tinta da caneta se acabe!!!