domingo, 14 de dezembro de 2008

Sibilinamente



Quisera eu transformar-me em silhueta
num fim de tarde violeta
pelas ruas, por cima dos muros
caminhar como sussurro

Quisera eu olhar enfim
Sibilino assim
como um suave murmuro
e, então, só haveria escuro...

Quisera, quisera tanto
cobrir-me com a noite, teu manto
mas para mim não há lugar

Quisera... Contudo, entretanto...
não percebo teus encantos
e para mim não há luar

sábado, 13 de dezembro de 2008

Futura saudade



Como nas histórias mais belas,
de palavras colhidas em cestos de vime
deixam pegadas em terra firme
e querem mais altas as estrelas

Fecham os olhos e basta um segundo
— Vejam: uma bola de futebol em forma de lata!
O grande herói, ou o mais cruel dos piratas
Viajam para qualquer lugar do mundo

E eu os vejo em meu pensamento
Como as cores do catavento
Ou comandantes duma enorme nau

Ah, mantê-los assim... Minha esperança!
Mas logo serão primaveras em minha lembrança
Crianças que correram em meu quintal