quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Escultura





















E eu era apenas um menino...
Pronto para embarcar na companhia de pessoas estranhas
Em busca de novas façanhas
Que sustentassem este corpo franzino

E eu era só um menino...
Admirando o vento sobre as águas
Esperando que ele soprasse para longe as minhas mágoas
Ah! Aquelas vagas esperanças de meninos...

Mas não sou mais aquela criança
Gravei meus passos nos pisos de várias cidades
Sobrevivi a mentiras, saboreei verdades
E com o tempo foi-se parte da esperança

Hoje, sei que ainda tenho muito a contar
Sobre decepções, paixões, amizades e glórias
Fábulas, contos, crônicas, poesia... muitas histórias
Só estou cansado demais para continuar

As palavras? Ah, essas não encontro mais...
Só um sentimento de pura leveza
E uma única e derradeira certeza
De que as coisas que vivi e senti permanecem iguais

E, agora que as palavras abandonaram seu posto
Vou descansar, deixar que as redes me embalem
E permitir que, enfim, falem
As linhas da vida esculpidas em meu rosto

(Apenas olhem por mim...)