Pai, onde estás, meu pai?
Aonde vais?
(Meu pai, que estás onde estás...)
Pai,
alimenta-me... Tenho fome...
(... desmistificado seja teu nome...)
Pai,
não encontro mais meus brinquedos
(... venham a mim os teus medos...)
Pai,
abraça-me, que sinto saudades
(... sejam desfeitas tuas verdades...)
Pai,
temo o que esta vida encerra
(...seja no céu, seja na terra...)
Pai,
cobre-me, que a madrugada é de ventania
(E o julgamento de cada dia...)
Pai,
não me mantenhas tão longe
(..nega-me apenas hoje...)
Pai,
de horas de silêncio tão intensas
(...aceita minhas descrenças...)
Pai,
jamais foste esquecido
(...como aceitei-me perdido...)
Pai,
não enxergo nesta escuridão
(... e não me falte tua mão...)
Pai,
Meu pai, do começo ao final
(...nem me leves a mal...)
Pai,
Que assim sejamos... Amém
(...ou além!)
domingo, 10 de agosto de 2008
Ao pai
Autor: Raphael Alves às 19:02
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12 comentários:
Que seja feita a tua vontade, hoje e sempre.
abraços:)
Ostra feliz não produz pérolas...diria Rubem Alves.
Tem que haver alguma dor, mesmo que não esteja doendo. Pode ser uma inquietação...
Lindas, perfeitas palavras.
Confirmam algumas das minhas certezas e me plantam algumas "inquietações".
Beijo grande!
Muito Bonito Raphael!
Ainda bem que a Internet nos mantém juntos! :-P
O texto me lembrou de uma citação do Nietzche (aliás, citação essa que eu achei de uma sinceridade fora do comum).
"Oração ao Deus desconhecido"
Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para frente uma vez mais, elevo só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo. A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: “Ao Deus desconhecido”. Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado a sacrílegios. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti.
F. Nietzsche
Tocou-me o coração...mais do que um lindo poema, uma oração. Hoje meu dia não foi de comemorações; Pai, meu pai,perdoa meus esquecimentos...do começo ao fim...
Obrigada Raphael, ler você é sempre um acontecimento para mim.
Beijos
Lindo, muito lindo!
Pai,
Que assim sejamos... Amém
(...ou além!)
Lembrei de mim mesma...e confesso que me emocionei!!!
Beijos
Fica com Deus:)
Tinhas razão, emocionou-me. Ao pai, ao tio... Perder duas referências num curto espaço de tempo, sejam tortas ou ´corretas`, fez-me repensar esse dia-a-dia. Uma oração, como bem falou a Virgínia.
Que bom ter vc ao meu lado, Raphinha!
Amo-te!
Me emocionou rapha.
Muito lindo parabéns!!
Parabéns... você é um sucesso!!
Meu filho está lindo,me emocionei, imagina o teu pai, vc. eh um filho abençoado, te amo demais.
Estas palavras estrapolam quaisquer rótulo que possa determina-las.
Agora tenho uma oração que posso compartilhar com o Pai Nosso.
Amém
D. Olga disse tudo. Agora vejo de onde veio seus valores. Seu texto lembrou-me da poeta gaúcha Maria Carpi - "A força de não ter força".
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