Sou o que sou, o que fui, o que serei, o que tentei não ser e o que tento ser. Sou o que penso e, sobretudo, o que sinto. Sou o que falo e, ainda mais, quando calo. Sou o que seqüestro deste mundo para mim e o que de mim ele levou. Sou a intolerância e a paciência. Sou o cólera e a calma. Sou corpo e também sou alma. Sou prosa, poema, quadra ou soneto. Sou silêncio e sou música. Sou uma gota no rio, ou um lago numa taça de vinho. Sou um milhão de coisas ou coisa alguma. Sou uma prosopopéia e sou um eufemismo. Sou uma grande metáfora, mas posso ser uma sutil metonímia. Sou mais, sou menos, mas nunca meio. Sou sujeito e objeto, mas não me limito a predicativos. Sou verbo de ligação, mas também intransitivo. Sou e talvez nem seja...