Partirei porque partirei
Assim, apenas! Não porque havias partido
E, deste estado a partir, até sei
que nenhuma partida faz sentido
Partirei não antes de novembro
mas que me leve o pensamento ao porto
de tão leve que, de pensar, nem me lembro
e de não lembrar que, ao partir, já esteja morto
Não parte em dezembro senão porque é janeiro
E, de tanto que não parti, já nem sei onde chego
E, de tanta água no rio, já vejo-me cego
Parte, hoje, o barco... parte por inteiro!
E talvez nem parta porque, de partida, me entrego
como lágrima de mágoa na imensidão do Negro
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Soneto da Partida
Autor:
Raphael Alves
às
00:21
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